O que preciso para me tornar um advogado empreendedor?

Advogado empreendedor
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Ter seu próprio negócio é um dos maiores sonhos do brasileiro, atrás apenas da compra da casa própria e de realizar viagens pelo país. Hoje, temos o registrado da maior taxa de empreendedorismo do Brasil nos últimos 14 anos.

Essa realidade também impacta a área jurídica: muitos advogados estão buscando o caminho do empreendedorismo para seguir suas carreiras.

Nesses casos, é importante ressaltar que apenas conhecimento jurídico não garantirá o sucesso na empreitada. Veja, no artigo de hoje, dicas do que é preciso para se tornar um advogado empreendedor.

O empreendedorismo na advocacia

Conforme dados, no Brasil há mais de 1.500 cursos de direito, formando, anualmente, mais de 100 mil pessoas na área jurídica, o que forma um mercado de mais de 1 milhão advogados no país.

Nos Estados Unidos, a estimativa é de que haja mais de 1 milhão e 300 mil advogados – sendo mais de 74 mil no Estado da Flórida.

A área de direito passou recentemente por uma profusão de ofertas de cursos universitários, aumentando largamente a competição e o número de advogados por habitante em boa parte dos países.

Diante disso, o caminho do empreendedorismo começou a ser ainda mais almejado e trilhado por esses profissionais, que passaram a montar seus escritórios próprios a fim de conquistar seu espaço no mercado.

Mas, para ser um empreendedor de sucesso, não basta apenas repetir estratégias e comportamento tradicionais e dominar conteúdos técnicos da área. Conheça, a seguir, algumas mudanças de paradigma que são necessárias para empreender.

A atitude do advogado empreendedor

1. Proatividade

Para se tornar um advogado empreendedor, não pode adotar apenas um comportamento passivo, aguardando que os clientes cheguem até você. É preciso ir em busca de oportunidades e ter iniciativa. Nessa atividade, há restrições quanto ao tipo de divulgação que pode ser feita, mas, respeitando as regras, é possível informar adequadamente seu público de interesse sobre o seu serviço.

2. Visionarismo

Esse profissional deve ter a capacidade de transformar acontecimentos comuns em boas oportunidades. Deve conseguir fazer conexões para criar soluções diferenciadas e visualizar oportunidades de mercado onde outros não conseguem enxergar o potencial.

Uma estratégia para vencer a saturação e neutralizar a concorrência pode ser descobrir nichos ainda não atendidos, mas com demanda, e tornar-se autoridade naquele ramo –  a tendência para escritórios de sucesso é, justamente, a especialização.

3. Automotivação

Empreender é uma tarefa estimulante, mas que, por vezes, pode apresentar desafios. Nesse cenário, não vai existir um líder para estipular suas prioridades e prazos; tudo dependerá de você. Por isso, é importante ser automotivado, sem precisar de outras pessoas lhe cobrando ou impulsionando para gerar resultados.

4. Criatividade para o desenvolvimento de produtos jurídicos

Os produtos jurídicos são as soluções para as necessidades de seus clientes. Para criá-los, é necessário conhecer a fundo seu perfil, problemas e comportamento.

Por exemplo, você poderá identificar que há espaço para consultoria jurídica no direito da família para casais homo afetivos ou desenvolver um projeto de assessoria específica para transportadoras de encomendas.

A partir disso, é possível gerar soluções focadas na perspectiva do cliente, diferenciando-se de outros empreendedores do mesmo segmento.

Algumas perguntas que podem ajudá-lo nessa tarefa são:

  • Quem são os seus clientes?
  • Como o seu negócio poderá ajudá-los?
  • Quais problemas desses clientes demandam o auxílio de um advogado?
  • Quais são as soluções para esse problema já disponível em seu mercado de atuação?
  • Como você pode oferecer uma solução melhor?
  • Como seu negócio poderá criar valor para a sociedade?

5. Habilidade para o fomento de parcerias

Quando o empreendedor conta com parceiros, sua jornada torna-se menos complexa e ele consegue ir mais longe. Há parcerias que ajudam a viabilizar projetos, a superar dificuldades e a crescer. Você poderá, por exemplo, desenvolver aquelas para indicação mútua de clientes,  multidisciplinares com contadores, gestores financeiros ou mesmo com associações de bairro, câmaras de comércio, etc.

6. Busca pela atualização constante

Diariamente, surgem novas regras, demandas de mercado, tecnologias. Para ter sucesso em seu empreendimento, é preciso manter-se sempre atualizado e buscar implementar inovações e adequações antes mesmo de seu cliente demandá-las. Isso ajudará a criar credibilidade e a diferenciá-lo de outros escritórios.

7. Networking contínuo

Fazer networking é fundamental para qualquer empreendedor. Para os advogados não é diferente. Por meio dessa prática, é possível – além de atualizar-se e ampliar seu conhecimento – aumentar sua rede de contatos, favorecendo o recebimento de indicações, o estabelecimento de parcerias e a troca de ideias e experiências com outros profissionais de seu segmento ou de outras áreas de interesse.

Por isso, é importante frequentar simpósios, congressos, palestras, encontros jurídicos, eventos de classe, cursos (aqui também valem os EaD, que possuem fóruns e espaços para promover interações), etc.

5 habilidades essenciais do advogado empreendedor

Além das atitudes, há habilidades que são fundamentais para quem almeja tornar-se um advogado empreendedor.

Habilidade 1: técnica

Um advogado empreendedor com habilidade técnica consegue oferecer serviços adequados e que satisfaçam seus clientes. Dominando e conhecendo a fundo peculiaridades de seu segmento de atuação, é possível desenvolver produtos jurídicos adequados ao seu público de interesse.

Habilidade 2: administrativa

Um empreendimento é um sistema composto de diferentes células (financeira, jurídica, contábil, etc.) e, enquanto seu gestor, você precisará oferecer as diretrizes para que ele opere de modo adequado e integrado.

A partir dessa habilidade será possível fazer a gestão de seu escritório de modo a obter o melhor resultado. Se você não tiver habilidades gerenciais, poderá comprometer o trabalho de seus colaboradores ou parceiros (orientando-os com decisões inadequadas, por exemplo) e a sustentabilidade de seu negócio.

Assim, o recomendado é que você tenha um conhecimento mínimo sobre os principais processos e procedimentos administrativos de uma empresa. O Direito não é essencialmente um curso de preparação para o mundo gerencial. Para isso, há ótimas opções de formações presenciais e online que podem prepará-lo e ajudá-lo a desenvolver essa habilidade.

Conheça mais sobre gestão administrativa de escritórios de advocacia.

Habilidade 3: liderança

Enquanto empreendedor, você será o líder de outras pessoas, sejam funcionários, prestadores de serviços ou parceiros. Para que todos se mantenham comprometidos e motivados, é preciso saber relacionar-se com eles, ter um bom fluxo comunicacional, inspirá-los e acompanhá-los para que desenvolvam todo o seu potencial e ajudem na conquistar dos objetivos de seu negócio.

Conheça mais sobre liderança na advocacia.

Habilidade 4: comportamental

O psicólogo americano David McClelland desenvolveu, em parceria com a ONU, uma pesquisa para encontrar traços comuns no comportamento dos empreendedores de sucesso. São eles: concentração, organização, persistência, autoconfiança, coragem, persuasão, iniciativa, curiosidade, superação e comprometimento.

Além disso, o advogado empreendedor deve conseguir relacionar-se bem com as pessoas, comunicar-se com clareza, ter empatia, resiliência e determinação.

Habilidade 5: administração do tempo

Como você sabe, o tempo de um advogado é escasso e, sendo empreendedor, além das tarefas mais específicas da área jurídica, você terá de gerenciar, também, o seu negócio. Há diversas técnicas para a administração do tempo, como padronização de rotinas, utilizar recursos tecnológicos para automatizar tarefas, definir prioridades, etc.

Ser um advogado empreendedor demanda planejamento e dedicação. É preciso adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades que, na maior parte das vezes, não fazem parte do currículo de um curso de Direito.

O desejo de iniciar essa jornada pode tornar tentador pular essa etapa de preparação, entretanto, saiba que ela é essencial para garantir a viabilidade e a sustentabilidade de seu negócio – mais de 40% das falências dos empreendimentos resulta, justamente, dessa falta de preparação. Embora, em diversos segmentos, o ramo jurídico esteja saturado, quem se prepara e organiza um negócio a partir de demandas do mercado consegue diferenciar-se e conquistar seu espaço.

Você tem alguma dúvida sobre o tema? Deixe sua mensagem aqui nos comentários e continue acompanhando o blog para ver outras dicas como estas!

Conheça outras habilidades essenciais para advogar!

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