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Desenvolvimento de competências no Ensino superior?

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Desenvolvimento de competências no Ensino superior?

Um debate já antigo que parece nunca ter fim é o que se deve aprender no ensino superior.

Não estou me referindo a um curso ou mesmo área específica. Estou falando da formação de qualquer profissional de nível superior.

As empresas há muito reclamam da formação dos profissionais graduados. Algumas chegam a investir milhões na capacitação de seus funcionários.

E o problema continua…

Por que é tão difícil inovar na educação superior?

Na era industrial, o modelo tradicional de ensino fazia sentido e fornecia ao mercado de trabalho os profissionais demandados.

Hoje, a educação tradicional centrada no repasse de conteúdos parece não dar mais conta de formar os profissionais desejados pelo mercado.

Aí chegamos no ponto que eu realmente quero tratar neste texto.

Muitas faculdades continuam preocupadas com o repasse de conteúdos e não com o desenvolvimento de competências.

Desenvolvimento de competências

O conceito de competência é mais amplo e inclui os conhecimentos a serem adquiridos, mas não apenas estes. O conceito de competência inclui, também, habilidades e atitudes.

Não basta o profissional ter muito conhecimento. É necessário que ele saiba mobilizar seus conhecimentos na resolução de problemas, na criação de algo inovador, etc.

Ainda no século XX, a Unesco já apontava para esse caminho ao propor os quatro pilares da educação para o século XXI:

  1. aprender a conhecer,
  2. aprender a fazer,
  3. aprender a conviver e
  4. aprender a ser.

Preocupa-me ver alunos de ensino superior dos mais diversos cursos passarem anos realizando apenas (ou quase) provas objetivas sem atividades que os faça mobilizar os conhecimentos adquiridos.

Não estou menosprezando provas objetivas, pois uma questão de “marcar X” bem elaborada pode requerer um grande esforço de reflexão.

O problema é o seguinte: como garantir que sei fazer algo que nunca fiz?

Saber fazer

Vejamos um exemplo da área do direito: com um diploma de bacharelado em direito, a instituição de ensino informa que o detentor daquele diploma sabe como atuar profissionalmente no mundo jurídico.

Ora… Como se pode garantir que um bacharel que nunca escreveu uma peça processual sabe produzi-la? Saber “tudo” sobre uma determinada peça processual não garante que eu consiga produzir uma.

Saber “tudo” sobre determinado tema não garante que se consiga mobilizar esses conhecimentos para a realização de algo prático ou que se tenha o comportamento necessário para realizar uma função.

Na área de engenharia, por exemplo, é necessário ter conhecimentos matemáticos, de materiais, de técnicas de construção e outros para poder construir uma casa. Mas não basta saber “tudo” sobre esses temas.

O profissional de engenharia, mesmo com esses conhecimentos, pode não conseguir construir uma simples casa. Ele precisa saber relacionar esses conhecimentos e ter outras competências como: liderança, negociação, planejamento, etc.

Só ter conhecimentos não basta. É preciso saber o que fazer com eles. Para isso, o desenvolvimento de competências é fundamental.

É preciso desenvolver competências cognitivas, mas é preciso, também, desenvolver competências operacionais e atitudinais nos estudantes de ensino superior.

Ensino superior x Educação corporativa

Apesar de já sabermos disso há muito tempo, diversas instituições de ensino superior continuam com foco na mera transmissão de conhecimentos e continuam a despejar no mercado profissionais que não são capazes de corresponder ao que se espera deles.

Nesse contexto, a educação corporativa desempenha um papel extraordinário. Além de contribuir para a socialização dos novos funcionários no ambiente específico da empresa, ela acaba por dar continuidade a sua formação profissional.

Há muito tempo, os profissionais de educação corporativa já discutem sobre o desenvolvimento de competências. Parece que o ensino superior tem muito a aprender com eles.

Aproveite e conheça o conceito de prática deliberada.