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Economia Colaborativa: O que sua empresa ganha se apostar?

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Economia Colaborativa: O que sua empresa ganha se apostar?

á alguns anos, o termo economia colaborativa não fazia muito sentido para as empresas, muito porque os empresários acreditavam que esse modelo socioeconômico não gerava grandes resultados para o negócio.

Mas isso vem mudando – e para melhor. Hoje, a economia colaborativa não é uma moda passageira, mas uma tendência que, definitivamente, veio para ficar, em uma era de intensa troca de experiências proporcionadas pela tecnologia.

A economia colaborativa é o negócio do futuro, mas que já está bem presente em diversos empreendimentos.

Você pode estar se perguntando: “Será que esse tipo de economia serve para todos os negócios, dos micro empreendimentos às grandes corporações? ”.

Sim, e muito. Mesmo significando uma contrapartida ao modelo de hiperconsumo, a economia colaborativa reverte essa realidade e, ao mesmo tempo, não diminui os lucros da empresa.

Portanto, no texto de hoje, vamos entender melhor como funciona esse modelo de negócio e o que você ganha se apostar nessa tendência que veio para ficar.

O que é a economia colaborativa?

A economia colaborativa – também chamada de compra compartilhada, consumo compartilhado, comércio colaborativo e consumo de colaboração – é um modelo de negócio que é baseado no conceito de troca. O objetivo é que todos os envolvidos, sejam fornecedores ou clientes, possam se beneficiar desse modelo.

Em outras palavras, é um modelo em que empresas e consumidores passam a compartilhar produtos e serviços com outras empresas e consumidores. Isso elimina a necessidade de compra para satisfazer uma necessidade específica.

O aplicativo Uber é um bom exemplo de economia colaborativa. O usuário se cadastra como motorista e recebe por transportar os clientes do aplicativo. O Airbnb também funciona assim. Usuários que querem disponibilizar suas residências ou parte dela para hospedagem podem fazê-lo de forma segura por meio da plataforma.

Outro exemplo são os coworkings, os escritórios compartilhados por vários tipos de empresas e empreendedores. Com o compartilhamento, cada um desses empresários economiza uma boa quantia em despesas, como aluguel, energia, água, etc., e, ainda, colhe os benefícios da troca de experiências e do surgimento de boas parcerias com outras empresas.

Um exemplo ainda mais prático de economia colaborativa: se você precisa apenas da grama cortada do quintal da sua casa, não necessariamente precisa comprar um cortador de grama. É possível terceirizar esse serviço de alguém que faça esse trabalho.

Rachel Botsman, considerada uma das maiores referências na área da economia colaborativa do mundo, afirma que a economia compartilhada se baseia em três princípios. São eles:

  • Compartilhamento de serviços: é quando você, como consumidor ou empresário, coloca em destaque a sua necessidade, e não a compra do produto para satisfazê-la – pois existem meios de solucionar o problema sem que seja preciso comprar mais um produto.
  • Estilo de vida colaborativo: é desenvolver um estilo que compartilha habilidades, recursos e serviços com outras pessoas.
  • Redistribuição de mercado: é o princípio da reutilização, da reciclagem para a redução de consumo. Quando um produto deixa de ser necessário e é transferido para um meio onde ele possa ser.

Tudo isso, a princípio, pode parecer meio contrastante com os princípios da economia de consumo, não é mesmo? Mas o fato é que a economia colaborativa tem ajudado no crescimento de empresas do mundo todo, e de forma bem simples: através do compartilhamento de experiências e, também, por meio da terceirização.

Mas quais são os benefícios reais para os negócios? É o que vamos ver a seguir.

Os benefícios da economia colaborativa para as empresas

1# Redução de preços

O fator econômico é um dos principais benefícios para quem adota a economia colaborativa em seu negócio. Junto a ele, temos uma maior oferta de produtos e serviços, com o surgimento de empresas que também adotam o sistema de colaboração.

O exemplo que colocamos acima, de compartilhamento de escritório, é uma forma de reduzir as despesas e, de quebra, gerar parcerias com outros negócios.

Um arquiteto compartilhando escritório com uma empresa de marketing digital, por exemplo; dessa colaboração pode surgir mútuas parcerias a preços bem competitivos, potencializando os resultados de ambos os negócios.

2# Economia de tempo

Na economia colaborativa, tudo funciona de forma mais rápida na hora da negociação de produtos e serviços com outras empresas que também adotam esse modelo. Essa interação também pode ocorrer entre os próprios colaboradores, tanto por meio de negociação financeira quanto por trocas de produtos e serviços.

Por exemplo, vamos supor que um colaborador de sua empresa precise de um notebook mais potente, mas não tem condições financeiras de comprar um novo. Em contrapartida, existe outro funcionário que tem esse equipamento em bom estado e que aceita trocá-lo por outros produtos, como um instrumento musical ou algo que também tenha um valor similar.

Outro exemplo: a sua esposa, que é fotógrafa, precisa de um site para promover seus serviços. Quem sabe um colaborador da sua empresa pode disponibilizá-lo em troca de um book fotográfico de sua família? Isso também é economia colaborativa: serviços de qualidade, a um preço mais em conta (ou por meio de troca de serviços) e com menos tempo de procura por um fornecedor.

3# Melhor qualidade

Como o conceito da economia colaborativa envolve priorizar a necessidade do cliente, e não a simples venda do produto ou serviço, a qualidade da negociação é um diferencial da empresa – e a destaca da concorrência.

Afinal, que consumidor não gosta de ter suas necessidades atendidas de forma personalizada e respeitosa?

4# Uso inteligente dos produtos e serviços

Como a capacidade de se reinventar é grande em empresas que adotam o modelo colaborativo, os serviços e produtos acabam sendo produzidos e comercializados com inteligência, de modo que não haja desperdícios.

Afinal, por que gastar mais com um aluguel de escritório bem localizado se você pode dividir esses custos com uma ou várias empresas?

5# Possibilidade de expandir o negócio

Novas pessoas contribuindo com novas ideias tem tudo para dar certo e é uma excelente estratégia para o crescimento das empresas, não só financeiramente por meio da redução de gastos, mas também pelas possibilidades de inovar em parceria com outros negócios.

6# Maior interação entre os colaboradores

Negociações por meio da economia colaborativa também promovem a interação entre os funcionários. Pode ser que um integrante da área financeira esteja negociando com alguém do jurídico – gerando feedbacks interessantes.

Além disso, a sua equipe pode encontrar hobbies em comum, promover encontros e motivar outros membros, tornando o ambiente de trabalho mais harmônico e saudável.

Vantagens da economia colaborativa para o consumidor final

1# Preço atraente

Consumidores que escolhem marcas e empresas que trabalham com o modelo de economia colaborativa levam em consideração toda economia financeira gerada por esse mercado novo. Por isso, eles encontram preços mais atraentes – proporcionados pelas grandes parcerias entre os negócios – e sentem que estão reduzindo o desperdício de produtos e o consumo exagerado de serviços, mesmo não deixando de adquiri-los.

2# Mais opção

O compartilhamento entre as empresas também amplia o leque de opções de consumo para o público. Dessa forma, as pessoas passam a ter acesso a produtos que, no mercado tradicional, estariam fora de seus orçamentos financeiros.

Já para as marcas, startups ou tradicionais, esse modelo de negócio amplia o alcance, permitindo um relacionamento mais próximo com os clientes – que, inclusive, podem participar até de processos de criação de produtos e divulgação da marca.

3# Mais conveniência

Como o uso da tecnologia é parte do modelo de negócio da economia colaborativa, o consumidor final tem à disposição produtos e serviços de forma cada vez mais conveniente. E para as empresas, essa é uma ótima oportunidade de criar seus próprios marketplaces para oferecer seus produtos e trazer mais comodidade aos seus clientes.

Implantando a economia colaborativa na empresa

Como vimos, ao mesmo tempo em que a economia colaborativa se baseia na troca de serviços entre empresas, ela também é uma fonte de oportunidades de crescimento. Nesse sentido, existem algumas maneiras de você começar a implantar esse modelo de negócios.

Eis as dicas:

Repense o modelo de sua empresa

Comece analisando minuciosamente a cultura organizacional do seu negócio. Reflita sobre os valores empregados e pense se você está preparado para essa transformação.

A sua empresa está preparada para se tornar uma prestadora de serviços, uma fomentadora de mercado ou uma provedora de plataformas? Se ainda não, o que falta para isso se tornar realidade?

Lembre-se: empresas com visão de futuro empregam apenas um modelo de negócio – mas as mais inovadoras são as que conseguem trabalhar com vários modelos ao mesmo tempo, mantendo a corporação no centro e abrindo espaço para parceiras crescerem juntas.

Para te ajudar a refletir sobre isso, separamos algumas perguntas que você deve se fazer:

  • “Eu estou disposto a abrir as portas da minha empresa e receber pessoas de fora, interessadas em rever seus processos?”.
  • “Eu aceitaria me posicionar ao lado, e não acima desses colaboradores, com ou sem vínculo de emprego, para decidirmos o que deve ser feito?”.
  • “A minha equipe está preparada para essa transformação? Ela entende o que está acontecendo no mercado consumidor?”.
  • “Eu acredito que a economia colaborativa é, realmente, um jeito de se fazer negócios de forma mais equilibrada?”.

Reduza os cursos fixos da empresa

As empresas, cada vez mais, precisam encontrar soluções para reduzir suas estruturas financeiras – e a tecnologia pode ser uma boa aliada.

Portanto, estude minuciosamente quais processos pode automatizar, quais serviços você pode terceirizar e como negociar melhores preços com seus fornecedores.

Procure parceiros para inovar

Já vimos que, na economia colaborativa, podemos inovar com custos mais baixos, sem precisar reinventar a roda.

Um exemplo são os aplicativos de delivery de restaurantes, que reúnem em um só lugar dezenas de opções de estabelecimentos para os clientes pedirem sua comida. Ou seja, ao invés de criar suas próprias plataformas, alguns empreendimentos optaram por terceirizar esse serviço, mesmo com vários concorrentes no mesmo local.

Nesse modelo, elas também encontram novos parceiros para realizarem suas entregas, como o próprio Uber, e o caso da startup norte-americana Chow Now.

Construa parcerias duradouras

O relacionamento de longo prazo ajuda na solidez de uma economia colaborativa entre empresas. Dessa forma, todos trabalham em conjunto para estabelecer relações duradouras também com os clientes, pois encontram mais tempo e disposição para proporcionar grandes experiências ao público.

Implante o crowdsourcing

O crowdsourcing é um modelo de economia colaborativa que se caracteriza como um processo de encontrar fornecedores que solucionem determinado problema ou desafio empresarial.

O mais interessante é que esses fornecedores podem ser tanto profissionais quanto o próprio público consumidor dos produtos ou serviços da empresa, gerando uma verdadeira teia de colaboração.

Esse modelo de crowdsourcing já vem sendo utilizado por empresas do mundo todo, como Netflix e Coca-cola, por exemplo. Se você quiser entender melhor como funciona o crowdsourcing, temos um post especial sobre o assunto.

Implante o coworking

Você tem um escritório com uma área ociosa? Por que não alugar esse espaço para que outro empreendedor utilize, mesmo que não tenha nada a ver com a sua área de atuação?

Os coworkings estão em alta pelo mundo, inclusive no Brasil, e a depender dos negócios, esse tipo de interação pode trazer muitas ideias, fomentar a criatividade e a inovação – isso sem falar na redução de custos, também, para todos.

Implante o crowdfunding

O crowdfunding nada mais é do que uma proposta de financiamento coletivo, realizado através de plataformas online, com captação de recursos financeiros para o lançamento de produtos ou serviços. Esse modelo é muito utilizado por empresas que estão no início e que não possuem capital inicial para o investimento.

Dessa forma, os próprios clientes ou clientes em potencial se transformam em investidores, sendo recompensados em produtos, descontos, benefícios e outras ofertas de valor em troca da quantia investida.

A economia colaborativa é, certamente, um modelo de negócio disruptivo, principalmente quando a empresa já é vista no mercado como tradicional. Esteja você a frente de um negócio novo ou antigo, perca o medo para que a ajuda mútua transforme seus resultados, e não deixe de começar aos poucos, tendo um bom planejamento e uma boa gestão de riscos por trás de cada inovação.

Novos modelos de negócio surgindo, outros indo embora. Você está preparado para o futuro do trabalho? Confira agora mesmo o post que preparamos sobre esse tema e descubra se o seu trabalho desaparecerá no futuro. Até a próxima!